Os
seres humanos devem progredir continuamente. O progresso não pode ficar
limitado aos ganhos de natureza material, mas alcançar os amplos propósitos de
ordem espiritual. Progredir espiritualmente é desenvolver a inteligência,
aplicando-a ao raciocínio lúcido e à vontade forte, sempre voltados para a
prática do bem. É distinguir o bem do mal, é ser justo, leal e honesto, é ter
procedimento digno.
A materialidade embota o raciocínio, escurece a razão,
impede que o indivíduo veja a vida de forma clara, ainda que lhe seja apontado
o que é correto e o que é errado, pois conserva os olhos fechados para as boas
condutas, porém abertos para as más ações.
Ao
entorpecer o raciocínio, a materialidade torna as pessoas displicentes no
cumprimento dos deveres, e todas têm responsabilidades na vida. Se as crianças
têm deveres a fazer quando passam a frequentar a escola, muito mais obrigações
a cumprir têm os adultos, em razão de suas maiores responsabilidades.
Quando
o indivíduo tem noção de seus deveres, ele os cumpre com lisura, mas, quando
lhe falta essa qualidade moral, torna-se displicente, prefere entregar-se aos
prazeres efêmeros da materialidade, descumprindo suas obrigações de natureza
evolutiva.
Infelizmente, são incontáveis os indivíduos que expressam ódio, inveja
e malquerença nas relações humanas, que encaram os fatos sérios da vida com
displicência, que encontram alegria e prazer na imoralidade e na desonestidade,
para dar satisfação plena aos sentidos. São vítimas de pensamentos e modos de
vida que degradam a alma, e que mais tarde lhes trarão consequências
desagradáveis no processo evolutivo do espírito.
Tudo na
vida tem explicação lógica e racional. Só não compreende a realidade espiritual
quem não raciocina, não investiga, não compara fatos e acontecimentos. Quem
mantém a mente limpa, o raciocínio lúcido, sabe separar o joio do trigo,
enxerga com clareza, sendo moderado, ponderado e justo. Ser justo requer o
exercício da consciência de forma elevada e não são todos os seres que têm
competência para tanto. A maioria julga os fatos morais conforme sua
conveniência, seu interesse – esse é o seu modo de viver.
No
universo humano são bem poucos os indivíduos que realmente têm noção de
justiça, que no seu simbolismo está com venda nos olhos, para ser imparcial. A
justiça deveria ser cega em todas as circunstâncias, mas na Terra ela é falha,
porque falhos são os seres humanos. Sempre há alguém que tenta burlar a justiça
para defender seus interesses. É uma verdade dura que alcança os que vivem no
mundo das falsas pretensões.
O
Racionalismo Cristão encerra nos seus princípios espiritualistas alto grau de
justiça, não a justiça terrena às vezes falha, mas a justiça das leis
evolutivas, que nunca erra. Por isso, aconselhamos aos estudiosos da Doutrina
que sejam valorosos, ponderados, moderados e justos, tenham pensamentos
elevados, ajam com critério, cumprindo seus deveres com mente limpa e
esclarecida, para que não tenham dissabores nos relacionamentos.
É assim
que os racionalistas cristãos devem proceder: cumprir seus deveres dentro dos
moldes da razão e do bom senso, agindo sempre com honestidade, valor e justiça.
Se isso fizerem, podem ter certeza de que nada, absolutamente nada, ocorrerá
que a consciência reprove.
Progredir
espiritualmente
Por
Luiz de Mattos
Fonte:
Site do Racionalismo Cristão
Colaboração:
Rute Helena Macário