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Família esperança por dias melhores

Voltemos ao tempo de nossos ancestrais, quando a vida não tinha valor algum e imperou a lei do mais forte, na disputa pela vida e o alimento. As sobras ficavam com os mais fracos, incluindo crianças, mulheres e velhos.

O instinto do sexo animal, o sexo indiscriminado e obsessivo, acumulou outros ingredientes, como a força bruta, a cobiça e a disputa pela fêmea.

Essas circunstâncias sugerem a vida como propriedade do mais forte. Com a mulher submetida aos caprichos do macho, evidenciou-se nela o instinto de proteção da prole, e o macho gostou de manter uma ou mais fêmeas para si, inibindo assim a mulher de ter livre escolha, de ser ela mesma a conduzir seus próprios caminhos como força que é. Este foi um modelo primitivo de grupo social, que ao longo dos séculos vem sendo aperfeiçoado.

Dentro desse processo rudimentar de convivência, formam-se grupos de famílias nos quais surgem os instintos de proteção, coesão, atração. Com a expansão e retração das emoções, geram-se os atritos, laboratório da moral, do caráter, da dignidade e dos bons exemplos, dando início à preservação dos bons hábitos.
A partir daí, exercitamos afeto, tolerância, lealdade, renúncia, desprendimento, fidelidade, sacrifício e comunhão de sentimentos.

Passa-se, então, à vivência e correção direta dos defeitos, os parentes apontam faltas, erros e virtudes, coloca-se o dedo na ferida das emoções; odeia-se, mas ama-se; há dificuldades de relacionamento entre irmãos, mas há proteção.

É onde sempre voltamos depois de um embate, o grupo se defende de agressões externas, podendo ser fenômenos da natureza ou união da família em favor do bem-estar de um ente querido.

Vale observar que, ao entrar no século XXI, a família contemporânea está amedrontada e encurralada pela violência urbana, com seus jovens confundidos por falsos valores morais e ameaçados de atolar-se nas drogas.

À sociedade como um todo – pais, mestres e governos – caberá redesenhar uma nova escola, com uma nova missão e novos objetivos, enfim, elaborar novo currículo escolar, com um formato que dê sustentação e apoio às famílias na educação da nova juventude, embrião de uma sociedade saudável que queremos.

E queremos uma sociedade com uma família positiva, que caminhe por toda a vida, com seres cada vez menos diferenciados em direitos e deveres e com atribuições de igual valor; em que o convívio possa gerar memórias ternas com segurança e otimismo; em que o convívio seja um campo de treinamento para seres humanos, onde se conheça o conflito da evolução; uma sociedade em que a família possa nos dar os verdadeiros amigos e os melhores amores, em que sejamos sempre queridos e todos tenham seu espaço; em que pai e mãe sejam seres humanos como quaisquer outros e os filhos possam crescer de forma saudável,
menos centrados nos pais do que em sua própria vida, com amadurecimento e autonomia; em que aos adultos caiba demonstrar equilíbrio, madureza e generosidade de seu ombro, colo, o abraço e o entendimento; em que, mesmo numa possível desintegração familiar, o amor persista, e expandir-se na forma de respeito e aceitação do outro, porque o pai nunca vai deixar de ser pai e a mãe nunca deixará de ser mãe!

Família esperança por dias melhores
Por Wilson Candeias
Fonte: A Gazeta do Racionalismo Cristão
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