cliquez pour obtenir le livre gratuit Auteur : Carrel Alexis L'homme cet inconnu Année : 1935 |
“L’homme cet inconnu” (O Homem esse desconhecido) espalhou-se por
toda parte, traduzido em todas as línguas. Ele trouxe, na condensação de suas
páginas cheias de observações e pesquisas admiráveis, uma nova concepção da
vida.
O prof. Alexis Carrel, depois em seus últimos tempos, recolheu-se a uma ilha deserta com o aviador Lindbergh, realizando ali secretas experiências sobre o prolongamento da vida humana.
O prof. Alexis Carrel, depois em seus últimos tempos, recolheu-se a uma ilha deserta com o aviador Lindbergh, realizando ali secretas experiências sobre o prolongamento da vida humana.
Viver não é suficiente. Precisamos
também da alegria de viver.
E a alegria de viver requer saúde. No
entanto, poucos dentre nós gozam de verdadeira saúde ou sabem como adquiri-la.
Pensamos que saúde é apenas a ausência passiva de doenças. Esquecemo-nos de que
ela consiste no vigor ativo e na confiança em si mesmo, no poder de lutar, de
amar e de criar, de que é a exuberante florescência da vida, que se exprime
numa única aptidão para a felicidade.
Acima de tudo esquecemo-nos de que a
saúde abrange conjuntamente corpo e espírito. É composta não só de resistência
à doença, não só de resistência fisiológica e de capacidade de esforço, mas
também de força moral e de equilíbrio mental.
Todavia felizes aqueles de nós que
podem vangloriar-se ao menos de bem estar físico. Estatísticas da guerra
mostram que apenas 53% dos recrutas americanos desfrutavam de boa saúde. Em
1930, dentre 45 milhões de crianças americanas, 10 milhões estavam fisicamente
abaixo do normal, mesmo sem contar muitas outras que sofriam de cáries não
tratadas, adenóides ou amígdalas inflamadas. Pode-se dizer que quase metade da
população adulta das nações civilizadas está abaixo do nível de uma boa saúde.
O homem moderno necessita, porém, mais
do que nunca, de saúde perfeita. Porque temos de suportar a excitação sem
precedentes, o barulho e a desnorteante complexidade do nosso ambiente social.
Tanto no trabalho como em casa, estamos incomportavelmente sobrecarregados de
preocupações e fadiga nervosa. Por isso não podemos considerar a saúde (como a
Medicina muita vez o faz) apenas nos seus aspectos fisiológicos. A saúde mental
e moral constituem aspectos necessários da personalidade humana completamente
desenvolvida.
É tempo de eliminar a crença errônea
de que o corpo é composto de órgãos isolados, e é separado da alma. Nosso corpo
vem de um pequeno óvulo, o qual consiste em uma célula. Esta célula divide-se em
duas partes. E as células filhas, por sua vez, também se dividem. Este processo
continua até que o corpo esteja completamente desenvolvido. Assim a unidade do
ovo torna-se multiplicidade, mas a unidade inicial persiste no corpo adulto. Os
órgãos e a consciência são harmoniosamente integrados pela imensa rede dos
centros nervosos e pelos hormônios, esses mensageiros químicos enviados por
cada glândula a todas as partes do corpo.
A saúde consiste precisamente na
manutenção desse conjunto. Ela depende tanto do vigor dos órgãos como da
harmonia das suas relações. Por exemplo: A saúde é abalada quando a esclerose
das artérias diminui a circulação do sangue; é igualmente abalada se a raiva, o
medo ou preocupações transtornam o sistema nervoso autônomo do intestino ou do
coração.
As atividades humanas são
simultaneamente fisiológicas e mentais. Corpo e alma são um. Uma doença da
glândula tireoide, ou um tumor do cérebro, pode manifestar-se por aberrações
intelectuais ou morais. Inversamente, distúrbios emocionais constantemente
causam lesões no estômago ou nas artérias.
O corpo sadio vive em silêncio. Não
percebemos seu trabalho. Todos os órgãos são providos de nervos sensitivos.
Através desses nervos eles enviam silenciosas mensagens aos centros nervosos
autônomos, especialmente ao centro da sensibilidade das vísceras, localizado na
base do cérebro. Essas mensagens subconscientes dão dor à vida. Nas vésperas de
uma doença, elas podem dar-nos uma sensação de infelicidade iminente. Vindas,
porém, de órgãos sadios, infundem-nos uma inexprimível felicidade, a alegria de
viver.
É impossível dirigir-nos a nossa vida
adequadamente, sem um certo conhecimento desses processos do corpo humano. Não
podemos obter esses conhecimentos em simples compêndios, nem por intermédio de
médicos especialistas. Eles vêm da leitura de muitos livros ou desses médicos
que ainda tem a coragem de exercer a clínica geral.
Há, porém, certos princípios
fundamentais que todos nós devemos entender. Porque a conservação ou aquisição
da saúde requer vontade de saber e vontade de agir. A saúde é essencialmente
uma coisa pessoal. Não pode ser comprada ao médico ou ao farmacêutico. Tem de
ser conquistada à custa de atenção e esforços incessantes.
Cada um de nós deve obedecer a uma
rigorosa regra geral: Proibição de qualquer veneno. Os venenos podem vir de
fora e de dentro. O cuidado com o aparelho digestivo, principalmente com a
constipação. O envenenamento proveniente do exterior é mais
fácil de extirpar. É preciso coragem para alargar ou pelo menos diminuir o
fumo. É preciso força de vontade para não beber muitos aperitivos antes de
jantar.
A saúde é atingida pela nossa capacidade de utilizar as condições do ambiente ou de nos protegermos contra ela. As mudanças nas condições ambientes provocam a atividade de um mecanismo fisiológico peculiar à função de adaptação. Esta função permite que os órgãos, os nervos e o sangue improvisem meios de fazer face a novas situações. Por exemplo. Quando a temperatura externa aumenta, mecanismos automáticos impedem nossa temperatura interior de aumentar. Se nos defrontamos com um inimigo, o ódio leva as glândulas a secretarem na corrente sanguínea, substâncias que aumentam o pulso, a pressão e a quantidade de açúcar exigida pelos músculos como combustível para o ataque ou para a defesa. Do mesmo modo, as bactérias, quando introduzidas nos tecidos, produzem uma reação que conduz à destruição dela.
A saúde é atingida pela nossa capacidade de utilizar as condições do ambiente ou de nos protegermos contra ela. As mudanças nas condições ambientes provocam a atividade de um mecanismo fisiológico peculiar à função de adaptação. Esta função permite que os órgãos, os nervos e o sangue improvisem meios de fazer face a novas situações. Por exemplo. Quando a temperatura externa aumenta, mecanismos automáticos impedem nossa temperatura interior de aumentar. Se nos defrontamos com um inimigo, o ódio leva as glândulas a secretarem na corrente sanguínea, substâncias que aumentam o pulso, a pressão e a quantidade de açúcar exigida pelos músculos como combustível para o ataque ou para a defesa. Do mesmo modo, as bactérias, quando introduzidas nos tecidos, produzem uma reação que conduz à destruição dela.
Assim, a adaptação dá ao organismo o
poder de combater doenças e de manter sua harmonia interior, apesar das
mudanças no ambiente. A resistência e a capacidade aumentam quando esses
mecanismos de adaptação são fortificados pelo exercício constante, isto é, pela
luta contra o meio. A saúde é devida, em grande parte, a excelência da
adaptação.
Nós somos felizes no clima deste país. É estimulante porque
o frio alterna com o calor, e a chuva e a neve com o sol. Perderemos essas
vantagens se persistirmos cegamente em viver no clima excessivamente quente,
seco e uniforme da casa, do escritório, do automóvel. Nossa pele necessita do
violento contato com a tempestade. A chuva, o sol escaldante. Mas é necessário
que tenhamos energia e força de vontade para mantermos nosso contato com a
natureza – simplesmente levantar uma hora mais cedo, por exemplo, e dar um
passeio no parque.
Todos nós sabemos como é importante dar atenção ao que
comemos. Sabemos que as substancias químicas necessárias para formar tecidos
sãos não pode ser obtida por meio de uma dieta mista de vegetais frescos,
frutas, cereais, leite e carne e que não há necessidade de acrescentar
dispendiosos produtos farmacêuticos. Mas quantas vezes recusamos saladas, das
quais sabemos ter necessidade, ou deleitamos nossos paladares com excessiva
quantidade de açúcar ou pastelaria! Cabe a nós próprios a responsabilidade pela
nossa saúde. Será que realmente tomamos a sério essa responsabilidade?
Nossa saúde depende também do meio social e psicológico.
Devemos proteger-nos contra as excitações, as mudanças constante de hábitos, o barulho, as preocupações inúteis. Também devemos
impor ao nosso ser interior regras rigorosas de esforço diário físico, moral e
mental, de honestidade e abnegação. É um fato digno de nota que o código de
higiene mental é quase idêntico ao código moral. Não é o objetivo supremo da
medicina desenvolver entes humanos que ignorem médico e hospitais e que não
tenham necessidade de tratamento?
Para concluir: A saúde do corpo e do espírito não é uma
finalidade em si própria. Sua suprema importância é que ela dá a cada um o
poder de desenvolver todas as suas possibilidades inatas e de representar bem o
seu papel, pequeno ou grande, no drama da vida. Embora a saúde possa ser
enormemente auxiliada por médicos, a questão de sermos sadios cabe
principalmente a nós. Qual a razão por que as escolas de medicina não preparam,
além de especialistas, médicos que possuam uma grande compreensão do homem como
um todo, e capazes de ensinar-nos como adquirir saúde fisiológica e espiritual?
Devemos saber essas coisas desde que a tarefa de ser sadio é
tarefa que ninguém pode empreender por nós. Para nosso próprio bem, devemos
fazer esforço para nos conhecermos a nós mesmos e aplicarmos esse conhecimento
ás nossas necessidades individuais. Fazer isso requer esforço pessoal e
disciplina. Esse esforço será fartamente recompensado. A muito os libertará de
doenças e dará harmonia de funções orgânicas e mentais. A todos trará maior bem
estar e mais ardente alegria de viver.
Por Alexis Carrel
Fonte: Pesquisa Livre na Internet