No mês de dezembro de 2016, o Jornal A Razão do Racionalismo Cristão, completou 100 anos de existência, um jornal que nasceu independente e levou o esclarecimento espiritual a muitos, e nós para homenageá-lo publicamos o artigo de primeira página "A nossa razão de ser", de 1916.
Um artigo histórico de alerta escrito pelo humanista Luiz de Mattos, sobre os desmandos políticos e a imprensa manipuladora da época, e embora tenha passado 100 anos, continuamos vivendo os mesmos problemas de corrupção e enredos sociais. Na verdade a sociedade brasileira, como um todo, precisa tomar medidas enérgicas e efetivas de combate a corrupção, "doa a quem doer", caso contrário vamos passar mais 100 anos gritando abaixo a corrupção, sem que nada seja feito. Nota: Mantivemos a mesma grafia da época para preservar a autenticidade.
Um artigo histórico de alerta escrito pelo humanista Luiz de Mattos, sobre os desmandos políticos e a imprensa manipuladora da época, e embora tenha passado 100 anos, continuamos vivendo os mesmos problemas de corrupção e enredos sociais. Na verdade a sociedade brasileira, como um todo, precisa tomar medidas enérgicas e efetivas de combate a corrupção, "doa a quem doer", caso contrário vamos passar mais 100 anos gritando abaixo a corrupção, sem que nada seja feito. Nota: Mantivemos a mesma grafia da época para preservar a autenticidade.
Jornal A Razão - 100 anos |
Por que apparecemos?
Porque é preciso reagir.
Um ideal superior, uma vontade forte decidida nos assistem e nos conduzem. A crise que atravessa a sociedade brasileira, demasiado séria para ser tratada e resolvida com palliativos e contemporizações, está a exigir remedios heróicos e enérgicos.
Sede-Mundial do Racionalismo Cristão |
Impõe-se
a verdade, fira a quem ferir, dita ora com calma, com serenidade, com frieza,
ora com violência, com impiedade, com escandalo mesmo.
Mais
que econômica ou financeira, é moral a crise nacional.
CLIQUE para ouvir a Limpeza Psíquica |
A
imprensa, em regra, vae mentindo e falseando a elevada missão que lhe foi
distribuída.
Presa, por interesses nem sempre nobres, nem sempre puros, a este ou áquelle grupo político, explorador do thesouro e das classes (...........) está desvirtuada, e de órgão, que devia ser, da opinião geral collectiva, cujas aspirações e direitos são esquecidos, transformou-se em porta-voz, em arauto de corrilhos e associações mais ou menos mercantis, em detrimento da Pátria e da sociedade.
Vasto, immenso em território, o Brasil, por sua população reduzida, analphabeta e disseminada, é terra propicia para competições menos correctas e menos honestas, que já se fazem notar desde as relações de ordem política às de ordem exclusivamente commercial.
Sem ordem, sem justiça, caminhando em virtude do mecanismo inherente às proprias coisas, a sociedade brasileira poderá progredir materialmente, mas não moralmente, se uma bem acentuada convergência de vontade, e de consciência, não assumir a direcção da sua evolução para a verdade, que é o summo bem e commum.
Não alimentamos a presumpção ou a veleidade de remodelar de um jacto, e tão somente com os nossos desejos e intervenção jornalística, as ruínas que nos cercam. Não.
Não
lisonjearemos classes nem protegeremos seitas.
Criticaremos com independência, com vigor, mas seremos justos e imparciaes: daremos a cada um o que lhe pertence.
Na montanha ou na planície olharemos com o mesmo olhar attento e observador.
Vê-se, apalpa-se, toca-se o mal-estar que nos affecta.
Todos soffrem, todos padecem, todos se queixam e, entretanto, há falta de coragem para proclamar, alto e bom som, e à luz meridiana, as causas dos nossos infortúnios e desgraças, assistindo nós impassíveis e em attitude de resignação doentia e estéril, às calamitosas conseqüências, e aos damninhos effeitos destas mesmas causas.
Democracia de fancaria, sob governos creados e mantidos pela força e pela fraude, sujeita ao arbítrio de syndicatos políticos que a opprimem e extenuam, a nação brasileira, que só existe para pagar impostos, e para supportar os caprichos e as violências de seus senhores, é apenas uma expressão geographica, vasia de sentido político ou social.
Succedendo-se uns aos outros, quer na União, quer nos Estados, por combinações e injuncções reprovadas e mesmo consentâneas com a índole democrática do regimen, e a que muitas vezes não são extranhos os subalternos interesses, privados da ramma, os nossos governantes nada têm de commum com o povo, que, na audácia, dia a dia, estimulada pela impunidade, consideram mero objecto de experiências in anima vili.
Entre governantes e governados nenhum ponto de contacto, nenhuma troca ou permuta de idéias e sentimentos.
Presa, por interesses nem sempre nobres, nem sempre puros, a este ou áquelle grupo político, explorador do thesouro e das classes (...........) está desvirtuada, e de órgão, que devia ser, da opinião geral collectiva, cujas aspirações e direitos são esquecidos, transformou-se em porta-voz, em arauto de corrilhos e associações mais ou menos mercantis, em detrimento da Pátria e da sociedade.
Vasto, immenso em território, o Brasil, por sua população reduzida, analphabeta e disseminada, é terra propicia para competições menos correctas e menos honestas, que já se fazem notar desde as relações de ordem política às de ordem exclusivamente commercial.
Casa Berço RC 100 anos |
Sem ordem, sem justiça, caminhando em virtude do mecanismo inherente às proprias coisas, a sociedade brasileira poderá progredir materialmente, mas não moralmente, se uma bem acentuada convergência de vontade, e de consciência, não assumir a direcção da sua evolução para a verdade, que é o summo bem e commum.
Não alimentamos a presumpção ou a veleidade de remodelar de um jacto, e tão somente com os nossos desejos e intervenção jornalística, as ruínas que nos cercam. Não.
O que
queremos é concorrer com o melhor dos nossos esforços para a regeneração dos
costumes, regeneração fora da qual não há salvação possível para o Estado e
para o indivíduo.
A arma predilecta de que lançaremos mão para enfrentar e combater situações, como a presente, humilhantes para as nossas tradições, offensivas para os nossos brios, prejudiciaes para o nosso futuro, será a verdade franca, rude, desenvolta. Não temos partidos nem preferências pessoaes.
A arma predilecta de que lançaremos mão para enfrentar e combater situações, como a presente, humilhantes para as nossas tradições, offensivas para os nossos brios, prejudiciaes para o nosso futuro, será a verdade franca, rude, desenvolta. Não temos partidos nem preferências pessoaes.
Sede-Mundial do Racionalismo Cristão |
Criticaremos com independência, com vigor, mas seremos justos e imparciaes: daremos a cada um o que lhe pertence.
Na montanha ou na planície olharemos com o mesmo olhar attento e observador.
Vê-se, apalpa-se, toca-se o mal-estar que nos affecta.
Todos soffrem, todos padecem, todos se queixam e, entretanto, há falta de coragem para proclamar, alto e bom som, e à luz meridiana, as causas dos nossos infortúnios e desgraças, assistindo nós impassíveis e em attitude de resignação doentia e estéril, às calamitosas conseqüências, e aos damninhos effeitos destas mesmas causas.
Democracia de fancaria, sob governos creados e mantidos pela força e pela fraude, sujeita ao arbítrio de syndicatos políticos que a opprimem e extenuam, a nação brasileira, que só existe para pagar impostos, e para supportar os caprichos e as violências de seus senhores, é apenas uma expressão geographica, vasia de sentido político ou social.
Succedendo-se uns aos outros, quer na União, quer nos Estados, por combinações e injuncções reprovadas e mesmo consentâneas com a índole democrática do regimen, e a que muitas vezes não são extranhos os subalternos interesses, privados da ramma, os nossos governantes nada têm de commum com o povo, que, na audácia, dia a dia, estimulada pela impunidade, consideram mero objecto de experiências in anima vili.
Entre governantes e governados nenhum ponto de contacto, nenhuma troca ou permuta de idéias e sentimentos.
Luiz de Mattos |
Dahi a
separação absoluta, a divergência, a discondancia da nação com os seus pseudos
dirigentes, e que a continuarem nos conduzirão à escravidão ou à revolução.
É para sahir disto, e para evitar o terrivel e ameaçador dilemma, que A Razão appareceu e quer trabalhar, offerecendo o seu concurso, e o seu auxilio, a sua coadjuração a todos os homens bem intensionados e de boa vontade, no combate aos grandes males que affligem a sociedade brasileira, sedenta de justiça, de direito e de verdade, únicos remédios capazes de cural-a da intoxicação, quase chronica, de iniqüidades, violências e mentiras, fornecida e propinadas pelos maus patriotas, pelos profissionaes da política e pelos muitos desprovidos de senso moral que por ahi pullulam e vicejam.
Realizaremos o nosso programma? Talvez.
A lei
que preside às sociedades humanas, como todas as leis da natureza, é inexorável
e irredutível.
Ha uma finalidade em todas as coisas: o desenvolvimento e a perfeição.
É para sahir disto, e para evitar o terrivel e ameaçador dilemma, que A Razão appareceu e quer trabalhar, offerecendo o seu concurso, e o seu auxilio, a sua coadjuração a todos os homens bem intensionados e de boa vontade, no combate aos grandes males que affligem a sociedade brasileira, sedenta de justiça, de direito e de verdade, únicos remédios capazes de cural-a da intoxicação, quase chronica, de iniqüidades, violências e mentiras, fornecida e propinadas pelos maus patriotas, pelos profissionaes da política e pelos muitos desprovidos de senso moral que por ahi pullulam e vicejam.
Realizaremos o nosso programma? Talvez.
Jornal A Razão 100 anos |
Ha uma finalidade em todas as coisas: o desenvolvimento e a perfeição.
Os
embaraços, os obstáculos de instante podem atrazar, mas não entravam para
sempre a marcha ascensional para o progresso e para a civilização.
Tenhamos, pois, fé e confiança. Lutemos.
A nossa RAZÃO de Ser
Tenhamos, pois, fé e confiança. Lutemos.
A nossa RAZÃO de Ser
Por Luiz de Mattos
Colaboração Sra. Regina Gouveia
Militante Casa Racionalista Cristã, Filial Santos
Fonte: Jornal A Razão
Podera gostar de conhecer:
► Jornal A Razão - 100 anos de circulação
► O surgimento do Jornal A Razão - 100 anos
► Onde estão os bons e os grandes homens
► Convite aos jovens de todas as idades
Colaboração Sra. Regina Gouveia
Militante Casa Racionalista Cristã, Filial Santos
Fonte: Jornal A Razão
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