Tu, que
vês tudo pelo coração,
Que perdoas e esqueces facilmente,
E és, para todos, sempre complacente,
Bendito sejas, venturoso irmão,
Possuis a graça como inspiração,
Amas, divides, dás, vives contente.
E a bondade que espalhas, não se sente.
Tão natural é a tua compaixão.
Como o pássaro tem maviosidade,
Tua voz, a cantar, no mesmo tom,
Alivia, consola e persuade.
E assim, tal qual a flor contém o dom,
De concentrar no aroma a suavidade,
Da mesma forma, tu nasceste bom"
Que perdoas e esqueces facilmente,
E és, para todos, sempre complacente,
Bendito sejas, venturoso irmão,
Possuis a graça como inspiração,
Amas, divides, dás, vives contente.
E a bondade que espalhas, não se sente.
Tão natural é a tua compaixão.
Como o pássaro tem maviosidade,
Tua voz, a cantar, no mesmo tom,
Alivia, consola e persuade.
E assim, tal qual a flor contém o dom,
De concentrar no aroma a suavidade,
Da mesma forma, tu nasceste bom"
Como é Bom Ser Bom!
Por
José Martins Fontes
José Martins
Fontes
O
soneto “Como é bom ser bom” é considerado o seu verso mais famoso e, antes de
tudo um lema de vida que Martins Fontes sempre cultivou, como médico
tisiologista da Santa Casa de Santos (a primeira do Brasil, fundada por Brás
Cubas).
“Ele não só disse essa frase, como também
soube vivê-la. Em vida física, foi um exemplo de ser humano, soube compartilhar
a dor do seu semelhante, soube estar presente no momento certo para aliviar a
dor do ser humano. Não só do ser racional, mas também dos animais irracionais. Dizem
os que o conheceram que ele socorria um animal doente abandonado nas ruas,
recolhendo-o, e quando recuperava a saúde liberava-o.” Ulysses Cláudio Pereira
Nasceu em
Santos, 23 de junho de 1884 — Santos, 25 de junho de 1937, foi médico, poeta e tradutor brasileiro. É considerado o melhor poeta de sua geração na
lusofonia, e um dos dez melhores na língua portuguesa; os outros nove são
Camões, Bocage, António Nobre, Guerra Junqueiro, Fernando Pessoa, Castro Alves,
Olavo Bilac, Raimundo Correia e Alberto de Oliveira (o brasileiro).
Em sua
carreira profissional, em 1908, defendeu tese de doutoramento na Faculdade de
Medicina do Rio de Janeiro, tornando-se médico sanitarista, tendo convivido com
poetas como Olavo Bilac, Coelho Neto, Emílio de Meneses e outros. Depois de
formado foi médico da Comissão das Obras do Alto Acre, interno da Santa Casa do
Rio de Janeiro, auxiliar de Oswaldo Cruz na profilaxia urbana, médico da Santa
Casa de Misericórdia de Santos, médico da Beneficência Portuguesa de Santos,
inspetor sanitário em Santos e Diretor do Serviço Sanitário.
Também
foi médico da Sociedade Humanitária dos Empregados no Comércio, da Companhia
Segurança Industrial, da Companhia Brasil, da Repartição de Saneamento e da
Casa de Saúde de Santos. Durante a epidemia de gripe de 1918 tornou-se um dos
beneméritos da cidade, desdobrando-se para socorrer os bairros do Macuco e
Campo Grande e estendendo sua ação para a localidade de Iguape. Como médico,
notabilizou-se como conferencista e foi tisiologista da Santa Casa de
Misericórdia de Santos e destacado humanista, lutou junto com Oswaldo Cruz em
defesa sanitária da cidade de Santos. Em seu consultório particular tratava de
pessoas sem poder aquisitivo, não cobrando as consultas.
Fundou
com Olavo Bilac uma agência publicitária para serviços de propaganda dos
produtos brasileiros na Europa e em outros países. Em 1924 tornou-se
correspondente da Academia das Ciências de Lisboa. Quando Júlio Prestes,
presidente do Estado de São Paulo e candidato à presidência da República,
partiu em viagem para percorrer os países da Europa e EUA, Martins Fontes foi
convidado para acompanhá-lo como médico da caravana. Devido ao seu trabalho como
conferencista conheceu o Brasil de norte a sul, e ainda a Argentina, o Uruguai,
os Estados Unidos, a França, a Inglaterra, a Espanha, a Itália e Portugal.
Colaborou
literariamente com os jornais A Gazeta e o Diário Popular em São Paulo, e para
o Diário de Santos e o Cidade de Santos, além de inúmeros periódicos do Rio de
Janeiro e outras cidades.
Sua
obra literária é bastante volumosa, chegando atualmente a cinquenta e nove
títulos publicados, em poesia e prosa. Atualmente editadas em Portugal, sob coordenação
de seu biógrafo oficial, Rui Calisto.
Foi
titular da Academia das Ciências de Lisboa e, ao longo de sua vida, recebeu os
títulos de comendador da Ordem de São Tiago da Espada, Cavaleiro da Espanha,
Par da Inglaterra entre outras distinções. É patrono da cadeira n° 26 da
Academia Paulista de Letras.
Como é Bom Ser Bom!
Por José Martins Fontes
Fonte: Pesquisa livre na internet
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