Se todo fanatismo é condenável
pelo poder que tem de obliterar a razão e impedir que o raciocínio seja
exercitado, o religioso é mais nocivo ainda porque, gerando ódios e paixões, é
capaz de levar as criaturas a cometerem os atos mais desalmados e os crimes
mais abomináveis.
Na história da humanidade, não
existem guerras tão bárbaras, tão implacáveis, tão cruentas, tão ferozes, tão
brutais, tão espantosamente perversas e desumanas quanto as religiosas.
Jamais o mundo assistiu a ações de tamanha crueldade e vandalismo como as que praticaram os cruzados, cujo ódio os levou a despedaçar indefesos e aterrorizados velhos, mulheres e crianças.
Jamais o mundo assistiu a ações de tamanha crueldade e vandalismo como as que praticaram os cruzados, cujo ódio os levou a despedaçar indefesos e aterrorizados velhos, mulheres e crianças.
A pavorosa Noite de São
Bartolomeu e as fogueiras acesas pela Inquisição para queimar vivas, depois de
horrivelmente martirizadas e mutiladas, as vítimas do ódio gerado pelo
fanatismo religioso no espírito dos próprios sacerdotes inquisidores, são um
exemplo bem ilustrativo dos extremos a que esse fanatismo pode levar o homem.
O homem que é, por excelência,
um espírito criador, quando influenciado pela falsa idéia do milagre e da ajuda
divina, à espera dos quais se detém, inerte, em lugar de esforçar-se para
ajudar-se a si mesmo, chega, muitas e muitas vezes, ao fracasso, por não saber
utilizar-se de duas forças poderosas que possui e que, se devidamente
exercitadas, o teriam conduzido ao triunfo.
Essas forças, que na maioria
dos seres jazem ignoradas e adormecidas, se chamam vontade e pensamento.
Os deuses mitológicos também
fizeram milagres, na imaginação fantasista dos adoradores, e daí a autoridade e
o prestígio que desfrutaram junto aos seus fiéis.
Não há diferença sensível, por
isso, entre os deuses milagreiros da mitologia e os não menos milagreiros das
variadas religiões atuais. Estas apenas progrediram e aperfeiçoaram os métodos
de adorar, que se tornaram, como já foi dito, mais finos, mais distintos, mais
requintados.
Fanatismo Condenável
Por Luiz de Mattos
Fonte: Livro Base do Racionalismo Cristão – 42ª. Edição
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