Também se pode
normalizar o obsedado em sua própria residência, desde que haja a seu lado
pessoa calma, de vontade forte, conhecedora dos ensinamentos constantes nos
livros Racionalismo Cristão e A vida fora da matéria, e que pratique à risca e
sem esmorecimento a disciplina constante neste livro ─ Prática do Racionalismo
Cristão.
Essa pessoa,
preparada e convicta de sua obrigação para com o obsedado e por ele se
responsabilizando, deve procurar alguém que possa prestar assistência contínua
ao obsedado, para
desempenhar o papel de educador, e, por isso, também conhecedor e praticante
dos princípios racionalistas cristãos e da sua disciplina.
O educador ─
homem ou mulher com vigor físico adequado ao domínio do obsedado quando se
fizer necessário ─ precisa ter vontade fortemente educada para o bem, deve ser
enérgico, mas não violento, procedendo com muita calma, muita paciência, e
sabendo esperar o tempo necessário para que, pouco a pouco, o espírito do
obsedado se vá convencendo da má educação que teve e precisa corrigir.
Caso tenha
dificuldade em conseguir pessoa com o perfil acima recomendado, o responsável
pelo obsedado precisa orientar quem for desempenhar, em tempo integral, o papel
de educador sobre os princípios racionalistas cristãos e sua disciplina,
recomendando-lhe a imprescindível leitura dos livros essenciais da Doutrina nos
períodos de tranquilidade e recolhimento que tiver enquanto cuida do obsedado.
O responsável
pelo obsedado e seu educador precisam ler sempre, e atentamente, as orientações
em seguida e os temas “Mediunidade e médiuns”, “Obsessão” e “Desobsessão”,
encontrados no capítulo 3 deste livro, para melhor inteirar-se da disciplina a
seguir e aplicá-la durante a desobsessão.
1. o aposento
destinado ao obsedado furioso ou violento deve ter janela gradeada, porta
bastante forte, e nele não pode existir nenhum objeto com o qual se possa ferir
ou praticar depredações. Em outro aposento próximo, o responsável pela
desobsessão do perturbado psíquico coloca uma mesa, também forte, e, junto a
esta, cadeiras, para se sentarem as pessoas que irão compor a corrente
fluídica, para realizar a limpeza psíquica do ambiente e do obsedado;
Os componentes
da corrente fluídica se posicionam da seguinte forma:
3. o
responsável pelo obsedado coloca-se à cabeceira da mesa e dela não sai nem
deixa que se retire qualquer dos presentes, antes de dar por encerrada a
limpeza psíquica. Um participante senta-se à cabeceira oposta e os demais se
colocam sentados, sem intervalos, de ambos os lados da mesa, todos com as mãos
ou os antebraços sobre ela;
4. o obsedado
fica sentado em cadeira posicionada na extremidade esquerda ou direita de
qualquer dos lados da mesa, em oposição à cadeira ocupada pelo responsável,
tendo por detrás, ambos de pé, o educador e ao lado o auxiliar, destacados para
as seguintes incumbências: o educador, de segurá-lo com as duas mãos na altura
dos ombros no sacudimento; o auxiliar, de dar-lhe de beber água fluidificada,
servindo-se de copo plástico, e, nunca, de vidro. Essas duas pessoas não podem
abandonar suas posições até o encerramento da limpeza psíquica;
5. composta a
corrente fluídica diariamente, às 7 da manhã e às 8 horas da noite (hora
local), inclusive aos sábados e domingos, todos cientes e conscientes do dever
a cumprir, o responsável procede à limpeza psíquica da seguinte forma e na
seqüência indicada:
O responsável
faz a irradiação A dirigida ao Astral Superior uma única vez, e, em
prosseguimento, repete a irradiação B durante oito minutos. Em seguida, faz uma
irradiação B dirigida ao Astral Superior e, para finalizar, faz uma irradiação
B dirigida ao Presidente Astral do Racionalismo Cristão.
6. os
presentes acompanham essas irradiações mentalmente, num ambiente de inteira
calma e elevação espiritual, sem dar a menor importância ao que disser ou fizer
o obsedado;
7. o educador
o sacode um pouco mais fortemente nas três primeiras irradiações B e continua a
sacudi-lo, porém mais brandamente, no início de cada irradiação B, até o final
da limpeza psíquica. O auxiliar encarregado de dar água fluidificada ao
obsedado deve fazê-lo dois minutos antes do início da limpeza psíquica, aos
cinco minutos de irradiações B e após o encerramento da limpeza psíquica;
8. encerrada a
limpeza psíquica, o obsedado deve ser conduzido ao seu aposento, onde ficará
impedido de falar com qualquer pessoa, salvo o educador. Outras pessoas só
podem entrar no aposento destinado ao obsedado quando requisitadas pelo
educador. Este deve impor ao obsedado a observância disciplinar de horas
certas, inalteráveis, de acordo com o seguinte regime:
9. levantar da
cama e tomar banho, às 6 horas;
10. fazer, a
seguir, a primeira refeição, sem usar chá preto, café, chocolate ou qualquer
outra bebida excitante;
12. se estiver
em condições, trabalhar, manual ou mentalmente, das 8 horas às 9h30min. como
meio auxiliar de reeducação, já que a ociosidade concorre para agravar a
obsessão;
13. almoçar,
das 11 às 12 horas;
14. descansar,
das 12 às 13 horas e, se dormir, não o acordar;
15. fazer um
lanche leve entre 15 e 16 horas;
16. continuar
o trabalho manual ou mental até uma hora antes do jantar;
17. jantar às
18 horas;
19. tomar
qualquer alimento leve às 21 horas, deitando-se para dormir em seguida. Antes
de o obsedado adormecer, o educador e os familiares devem fazer as irradiações
por sete minutos no aposento utilizado para essa finalidade, conforme a
orientação constante neste capítulo, título “Limpeza psíquica”, ou nas
proximidades do aposento do obsedado, quando estiver muito agitado; é preciso,
porém, que não se abuse das irradiações, evitando-se fazê-las a qualquer
pretexto;
20. além desse
regime imposto ao obsedado, é necessário observar mais o seguinte:
21. educá-lo,
desde o primeiro dia, com enérgica e intransigente repressão aos vícios que
tiver, como fumar, ingerir bebidas alcoólicas, usar drogas, comer coisas de seu
especial agrado, mas prejudiciais, falar dos outros, ou cometer qualquer ação
que esteja em desacordo com a síntese dos princípios racionalistas cristãos
constantes neste livro;
22. ocupá-lo
com qualquer trabalho manual ou mental, de maneira a prender sua atenção às
coisas úteis, durante as horas a isso destinadas, deixando-o dormir à vontade
quando tiver sono;
23. corrigi-lo
e, se necessário, contê-lo, até que se convença de que não se deve deixar atuar
a ponto de ficar furioso e de não respeitar as pessoas. Os obsedados devem ser
contrariados em tudo que não seja racional, para se irem educando e
convencendo-se de que precisam dominar a vontade e conter seus ímpetos;
24. o
obsedado, durante o processo de normalização, não deve participar de atividades
sociais e comunitárias nem receber visitas, enquanto não der provas de estar
normalizado; sua alimentação deve ser sadia, beber somente água fluidificada e,
em estado de lucidez, copiar trechos do livro Racionalismo Cristão, para
raciocinar sobre o que for escrevendo. Caso seja analfabeto, o educador deve
esclarecê-lo sobre os princípios doutrinários, lendo obras publicadas pelo
Racionalismo Cristão;
25. a
normalização dos obsedados deve ser feita pela educação da vontade, remodelação
dos maus hábitos e eliminação de todos os vícios, que são a causa da atração
dos espíritos obsessores. Só se consegue, no entanto, a normalização pelo
método presente, quando empregado por pessoas de boa vontade e espiritualmente
esclarecidas, que procurem seguir à risca os ensinamentos exarados nesta e nas
demais obras editadas pelo Racionalismo Cristão, como já foi dito. Fora disso, é
tempo perdido, é concorrer para aumentar o mal do obsedado, visto que o ser
conforme pensar assim será, e quem não pensa e pratica o bem, não pode
normalizar pessoa alguma. Cumpre ainda observar que os pensamentos das pessoas
que convivem com o obsedado não devem, de modo algum, ter ligação com o estado
do mesmo;
26. o
isolamento do obsedado ─ é de ser acentuado ─ muito facilita sua normalização,
sendo mesmo indispensável para que ele atinja o equilíbrio psíquico. Quando já
puder raciocinar, deve ser doutrinado constantemente sobre as causas da
obsessão e os meios que foram empregados para normalizá-lo, a fim de aprender a
repelir outros obsessores, pela própria vontade e pensamentos. O retorno ao
convívio social deve ser efetuado gradativamente, após a consumação do processo
de desobsessão;
27. é através
dessa educação metódica e perseverante que o espírito do obsedado vai
corrigindo suas fraquezas e eliminando vícios, e aquele que se rebelar
demonstra que deseja continuar a pensar mal e a conviver com espíritos do
astral inferior. O educador deve fazer sentir ao educando que seu espírito está
impregnado de hábitos e maus costumes e que, para os evitar e se corrigir
inteiramente, impõem-se o trabalho, a disciplina, a ordem e a correção;
28. enquanto
não dormir bem e não despertarem nele os sentimentos afetivos, demonstra estar
ainda obsedado, e, pois, sob o domínio dos espíritos do astral inferior. O
obsedado dá sinal de convalescença quando começa a dormir por longos períodos,
a ter saudades de pessoas, o que prova o despertar do espírito e a sua
libertação dos obsessores;
29. qualquer
ato violento do obsedado deve ser reprimido, na mesma ocasião, para que
contenha seus ímpetos, que são a causa desse estado furioso;
30. o obsedado
sabe tudo que faz, não se esquece de coisa alguma que com ele se passe, mesmo
durante o período agudo da obsessão, e sente prazer em conviver com espíritos
do astral inferior e fazer o que os obsessores lhe intuem. É por isso que se
deve, desde o primeiro dia, fazer-lhe sentir os erros e os vícios que o
atiraram às garras de espíritos do astral inferior e compreender a necessidade
de retornar à satisfação do viver terreno, dominando a si mesmo e dando
continuidade a seu processo de aperfeiçoamento espiritual; e
31. durante a
normalização, o educador deve proporcionar ao obsedado a leitura de obras
esclarecedoras editadas pelo Racionalismo Cristão, e manter com ele palestras
úteis.
É necessário
ressaltar que, por mais alta que seja a posição social de um obsedado, tem ele
de submeter-se integralmente, e sem condescendência, à disciplina aqui exarada.
Assim é preciso fazer, para ir adquirindo a convicção do que é a vida real,
para a qual todos os seres vêm a este mundo, e de que o luxo, a indolência, a
pretensa superioridade e a vaidade são causas de obsessão, que devem ser
combatidas, tenazmente, de maneira a educar o espírito e convencê-lo de que
cada um deve ficar apto para tudo fazer, sem pensar que o ser humano desce da
sua dignidade quando executa serviços humildes.
Convencido o
obsedado de que o ser humano, rico ou erudito, encarna e desencarna como toda
gente, e, como toda gente, deve viver lutando, sem que o trabalho humilde se
lhe apresente como desdouro e, ainda, compenetrado de que a superioridade do
espírito só se revela através da sua grandeza moral e do amor ao trabalho,
facilmente se normalizará e não tornará a ficar obsedado.
Certo é que,
praticando com rigor os esclarecimentos racionalistas cristãos, o ser humano se
manterá forte de espírito, poderá trabalhar e produzir com eficiência, na
certeza de que será bem sucedido e nunca ficará obsedado.
Normalização
de obsedado nos locais onde não houver Casa Racionalista Cristã
Fonte:
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