Grupos afins se reúnem para adorar, de um certo modo, um certo deus. Cada povo, cada raça, criou a imagem desse deus à sua própria semelhança. Um oriental, por exemplo, jamais admitiria um deus com feições ocidentais, assim como um ocidental acharia absurda e até ridícula, a ideia da divindade de rosto asiático.
Os deuses possuem, invariavelmente, os caracteres físicos e mentais dos seres que os conceberam.
Não importa que estes, invertendo a realidade dos fatos, afirmem que foi deus quem criou o homem à sua imagem.
A verdade é bem outra, e não é preciso ter grande imaginação para descobrir o logro multissecular de que tem sido vítima a humanidade.
Foi o homem quem imaginou, quem concebeu, quem criou os deuses. Criou-os, mentalmente, com a forma humana e as mesmas qualidades e defeitos que possui.
Nessa criação, estão claramente refletidos os sentimentos dos criadores. O deus corpóreo figura em todas as religiões. No credo – que é a oração principal de uma delas – aparece com o filho sentado ao seu lado direito, compondo um quadro da vida material comum.
O conceito da divindade, embora variando de raça para raça, não modifica a tendência geral relativamente à concepção do deus-rei todo poderoso, distribuindo prêmios e castigos.